05 julho 2008

Sobre chupetas


Antes do meu filho nascer, estava decidida a não dar chupeta para ele. Sempre vi este hábito com maus olhos, como um objeto criador de dependência física e emocional. Até eu de fato ter um filho... e suas cólicas começarem! Aí, neste dia, eu parei de julgar quem o fazia. Nada como vivenciar algo, para deixar de julgar os outros... não é mesmo? Então, realizei que ter um recém-nascido em casa é como freqüentar festas raves por muitos e muitos dias seguidos, a seco, SEM Red-bull, energéticos, cafeína, ou qualquer outra droga, já que você está amamentado e tem interesse em ter um bebê tranquilo!!! Aí tem horas que só a chupeta salva!
Então, resolvemos estabelecer regras para o uso dela: Só de madrugada ou nos momentos de dia quando estivermos muito cansados, sem energia para outras técnicas de acalmar bebês chorando... ( estas outras técnicas quase sempre envolvem movimentos físicos aeróbicos com algum gasto energético, como andar de lá pra cá, dar pulinhos, dançar, cantar músicas...). Mas é muito importante que todas as outras hipóteses de sofrimento tenham sido descartadas: frio, fome, fralda suja, arrotos ou gases entalados...percebi que mesmo depois destes problemas terem sido resolvidos, o bebê pode continuar chorando, porque estava chorando, eles simplesmente se esquecem de "desligar o botão", e é aí que você tem que distraí-los. Então chupeta só vale se for pra acalmar mesmo, pacificar como sugere seu nome em inglês "pacifier" (adoro esta palavra), de outra forma, ela vai funcionar para mascarar outras necessidades do bebê. E pensando bem, esta é a fase oral, ela tem que ser bem vivenciada, a boca como zona e fonte de prazer e satisfação, e não queremos um bebê que cresça com sua oralidade insatisfeita, reprimida ou que estacione emocionalmente nesta fase, resultando no futuro em um adulto com traços de caráter que sempre evocam a falta, o vazio, a insatisfação. Mas isso, na verdade, tem muito mais a ver com a amamentação em si.
Por isso, hoje não sou contra a chupeta, mas ainda acho fundamental ter consciência de como usá-la!


Ilustração: Rodrigo Leão

2 comentários:

Vânia Almeida disse...

Gostei do post, mais na parte de atividades para acalmar o bebê...é um grande estimulo para seu bb, qd ele estiver grande saberá que a atividade física fez parte da vida dele desde a infância e espero que por toda a vida, assim terá mais saúde e qualidade de vida
bjos
Vânia

Anônimo disse...

Karin, vc é uma mulher espetacular. A beleza e a inteligência em harmonia.
Grande beijo